domingo, 10 de agosto de 2014

A tábua com pregos

Um menino fazia muitas coisas erradas ele bagunçava demais. Era um menino sem disciplina, levado, mas, ele não fazia as coisas com maldade, fazia porque era arteiro mesmo. E às vezes as coisas que ele fazia prejudicava as outras pessoas, prejudicava os seus irmãos, sua família. E ele dava muito desgosto a seus pais, tão pequeno, e já dava muito trabalho.

Um dia o pai dele que já estava cansado de lhe bater e não adiantar nada pegou o menino logo após ele ter feito uma coisa muito errada, e o levou até o fundo do quintal em um quartinho que ele usava como oficina, e lhe disse:

– Meu filho vem aqui! – e o menino foi, pensando que ia apanhar, e seu pai continuou – Está vendo aquela tábua bonita, envernizada?

E seu filho desconfiado respondeu:

– Estou vendo sim. Por quê?

– Pega aquela tábua e traz aqui. Vamos fazer o seguinte meu filho. Está tábua irá representar você. Agora vamos colocar nesta tábua um prego para cada coisa errada que você já fez.

E o menino achou aquilo engraçado, e seu pai disse mais:

– Me dê o martelo e os pregos, pega aqueles maiores, os pregos grandes. – E o menino trouxe os pregos – Lembra aquela vez que você matou um passarinho? Aquele canário que eu tinha na gaiola, e você o matou com seu estilingue?

O menino ficou triste, e disse:

– Lembro pai.

E o pai pegou o prego encostou na tábua novinha envernizada. Pá, pá, pá, pá! E cravou aquele prego até o fim. E o menino ficou olhando.

– Meu filho. Lembra aquela vez que você saiu com o mesmo estilingue estourando as lâmpadas dos postes nas ruas?

– Lembro pai.

– Quantas lâmpadas você quebrou?

– Ah pai, mais de trinta.

– Me dá trinta pregos aqui.

E colocou um por um dos trintas pregos sobre a madeira envernizada e foi batendo. Pá, pá, pá, pá! E o menino olhando fixamente para a tábua que foi ficando cheia de pregos.

– Meu filho. Lembra aquela vez que você pulou o muro da casa do vizinho pra pegar goiaba no pé. E você pisou na horta do homem e destruiu todo o alface e almeirão que ele tinha plantado, pra roubar uma goiaba. E o vizinho veio furioso reclamar de você. Lembra meu filho?

– Lembro pai.

Quantas goiabas você roubou?

– Três.

– E quantos pés de alface você acha que destruiu?

– Ah, acho que uns dez.

– Me dá treze pregos aí.

E o pai pegou os treze pregos. Pá, pá, pá. Aquilo que parecia uma brincadeira, logo foi se tornando uma coisa trágica para o menino. Porque aquela tábua que estava aplanada, envernizada, bonita, brilhante, que representava ele mesmo, começou a ficar tão cheia de pregos, que cada vez que o martelo batia pá, pá, pá, aquilo batia também em seu coração. E assim, o pai foi perguntando para o filho todas as coisas erradas que ele se lembrava, e foi batendo aqueles pregos, e eram tantos pregos, que o menino ficou muito triste, ficou arrasado, aquilo doeu mais que uma surra de cordão de ferro, doeu mais que uma surra de varas. Seu pai percebendo sua tristeza disse:

– Meu filho, vamos combinar uma coisa? A partir de hoje por cada coisa boa que você fizer, nós vamos tirar um prego daqui. Ta bom?

E o menino concordou. No dia seguinte ele chegou correndo da escola e foi contar as novidades a seu pai:

– Pai hoje a professora me elogiou, porque eu me comportei bem na sala de aula!

– Ah que bom meu filho, vamos lá no fundo.

E o pai pegou o martelo e puxou um dos pregos, e o menino ficou contente, sentiu um alivio. No dia seguinte o menino chamou o seu pai e disse:

– Pai hoje eu ajudei uma senhora a carregar uma sacola pesada!

– Ótimo meu filho!

E eles foram lá no quartinho e arrancaram mais um prego. E por cada coisa boa que ele fazia o pai dele tirava um prego. E assim foi, o menino todo dia fazendo uma coisa boa, e seu pai por cada boa obra que seu filho fazia ele arrancava um prego.

Porém, quando saiu o último prego o menino não ficou satisfeito. Aquela tábua envernizada, bonita não era mais uma tábua bela. Agora era uma tábua toda esburacada, toda machucada. E seu pai lhe disse:

– Pois é meu filho, o que você quer que eu faça. É assim mesmo, sempre ficam as marcas. Sempre! E essas marcas dos pregos representam a sua culpa, e sempre vai ficar ai.

Aquela lição marcou profundamente aquele menino que foi crescendo, se tornando um moço, um homem. Mas, ele não conseguia esquecer aquela tábua toda perfurada, e o que seu pai lhe havia dito: “Aqueles furos representam a sua culpa!” E ele se atormentava, não tinha paz. A consciência dele estava sempre pesada, não tinha sossego dentro da sua alma, ele carregava aquela mágoa, quando pensava em si mesmo só enxergava aquela tábua, que antes era bonita e agora estava toda perfurada.

Um dia aquele moço, agora já adulto, arrasado, achando que a vida dele por melhor que ele fizesse, nunca iria valer a pena. Ele achava que ele era ruim na sua própria natureza no seu interior, e carregava aquela culpa. Passando em frente de uma igreja cristã ele ouviu os cânticos, e pensou “Vou entrar um pouquinho”. E dentro daquela igreja havia um pregador muito simples, mas, apesar da simplicidade daquele pregador, o homem estava com um livro poderoso nas mãos, um livro chamado Evangelho. E a parte que o pregador lia, é aquela que está escrita na carta de Paulo aos Hebreus 8.12, que diz assim: “Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” Aquele assunto o interessou, despertou o moço, e o pregador releu o texto: “Porque [Eu, o Senhor Deus] serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” E o pregador foi desenvolvendo o texto explicando a mensagem dizendo:

– Nós fomos criados perfeitos pelo Senhor Deus, sem culpa, sem pecado. Mas as nossas atitudes, as nossas transgressões, mancharam nossa alma, feriram-na.

Nessa hora veio na mente do moço a imagem da tábua toda perfurada, e o pregador dizia:

– Ainda que você decida se tornar uma boa pessoa, concertar os seus erros, fica ali a culpa.

E o moço se lembrou do que seu pai tinha dito: “Esses furos na tábua são as culpas que ficarão”, ele se lembrou, e foi entendendo. Parecia que o pregador conhecia toda a sua vida. Aquele moço ficou arrepiado, ele nunca tinha falado com aquele pregador, nunca tinha entrado naquela igreja. E aquele pregador humilde falava de um jeito que parecia falar diretamente com ele, de uma maneira que ele nunca tinha sentido antes. E o pregador continuou:

– Não adianta você querer concertar sua vida com boas obras.

E o moço se lembrou de que ele se esforçou para ser um bom rapaz, um bom filho. Mas, apesar de todo o seu esforço ele continuava infeliz.

– Todo homem, toda mulher quer se livrar da culpa. E pra se livrar da culpa a pessoa precisa comparecer diante da luz, e têm que ter comunhão com aqueles que andam na luz.

O pregador então abriu a Bíblia na primeira carta que o apóstolo João escreveu (1.7) e leu para as pessoas que estavam na igreja, sem saber que falava tão diretamente com o coração daquele moço.

– “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” O Senhor Jesus não tinha pecado algum. Ele estava com a sua alma limpa e perfeita. Mas nós, o colocamos no madeiro e pegamos um martelo e pregos enormes – e o moço se lembrou da sua infância quando seu pai lhe pediu os pregos, o martelo e a tábua, o moço sentiu que era com ele aquela mensagem, e opregador falava com veemência – e cravamos Jesus naquela cruz, seu sangue foi derramado, seu sangue foi vertido para nos purificar do pecado. Matamos o Filho de Deus, mas Ele ressuscitou dos mortos. A cruz está lá, mas a cruz está vazia. Jesus Cristo está vivo, e todos que andarem com Jesus e permanecerem com aqueles que andam na luz terão paz, terão comunhão uns com os outros “e o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos purifica de todo o pecado”.

Quando o pregador terminou de falar o moço estava chorando, e o pregador disse mais:

– Quem quer apagar para sempre os seus pecados entregando a sua vida para Jesus Cristo?

O pregador nem acabou de falar e o moço já estava com a mão levantada, com lágrimas nos olhos dizendo:

– Eu quero! Eu quero!

Ele foi o primeiro a ir à frente, e depois de receber a oração do pastor ele se levantou e sentiu que a sua alma estava purificada de todo pecado. Não havia mais culpa, remorso, nem condenação. “Porque o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos purifica de todo o pecado”.

Fonte: autoria Juanribe Pagliarin

Tenha um dia abençoado!
Sidclay e Edna


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